Filha e genro do deputado Sinésio Campos são alvos de operação da Polícia Federal
O Ministério da Agricultura e Pecuária, órgão ao qual a superintendente é vinculada, ainda não se manifestou sobre o mandado de busca e apreensão envolvendo Dionísia Campos.

Dionísia Soares Campos, superintendente de Agricultura e Pecuária no Amazonas e filha do deputado Sinésio Campos (PT-AM), é um dos alvos da operação Expurgare, que foi deflagrada pela Polícia Federal. Além de sua função pública, Dionísia é casada com Juliano Valente, diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), que foi afastado na última segunda-feira (9/12) devido a suspeitas de sua participação em um esquema criminoso relacionado à grilagem de terras, exploração ilegal de madeira e fraudes na geração de créditos de carbono na Amazônia.
O cargo de superintendente federal na Secretaria-Executiva de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas está ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária. A nomeação de Dionísia foi oficialmente publicada no Diário Oficial da União em 24 de janeiro deste ano, com assinatura do secretário-executivo do ministério, Irajá Lacerda. Até o momento, tanto o ministério quanto o governo federal não se pronunciaram sobre o mandado de busca e apreensão relativo à operação da Polícia Federal que envolve Dionísia Campos.
A operação Expurgare, que teve início nesta segunda-feira, é um desdobramento da operação Greenwashing, que resultou em prisões e ações de busca e apreensão em junho deste ano. Esta nova fase concentra-se na investigação de um esquema de “esquentamento” de madeira ilegal.
De acordo com a PF, a organização criminosa contava com a colaboração de servidores em posições estratégicas e de liderança dentro do Ipaam. “Esses servidores usavam suas funções para facilitar atividades ilícitas, como a emissão de licenças ambientais fraudulentas, anulações de multas e autorizações irregulares para desmatamento”, informou o comunicado da PF.
A polícia está conduzindo a investigação através da superintendência em Rondônia, e as diretrizes da operação foram autorizadas pela Justiça Federal no Amazonas. Segundo a PF, os indivíduos envolvidos já tinham sido indiciados em 2019 durante a operação Arquimedes, que apurou um extenso esquema de pagamento de propinas por madeireiras atuando ilegalmente na região amazônica.
No total, foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão e duas prisões preventivas, além do sequestro de R$ 20 milhões em bens e ativos. Onze pessoas ficaram proibidas de acessar o Ipaam. Também houve uma ação de busca e apreensão relacionada a um policial militar de Rondônia, conforme o relatório da PF a respeito da operação.
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